| 16/10/2003 20h25min
Os garotos dos juniores do Avaí têm uma motivação extra para o clássico de sábado, às 15h30min, diante do Figueirense, na Ressacada, pelo hexagonal do Campeonato Estadual da categoria – um empate garante o título do turno ao Avaí e uma vaga na final. Empresários europeus estarão no estádio avaiano para avaliar alguns jogadores.
O presidente João Nilson Zunino chegou nesta quinta, dia 16, do Rio de Janeiro, onde foi acertar os últimos detalhes de uma parceria com empresários italianos e alemães. Os "olheiros" estrangeiros, assessorados no Brasil pelo ex-jogador Wladimir, foram convidados a acompanhar a partida de sábado, em Florianópolis.
Alguns atletas já estão mapeados. Pelo menos dois jogadores que estarão em campo já tem viagem agendada para a Itália. O meia Ceará e o volante Vinícius partem no próximo mês para um estágio de 20 dias no Brescia, 12º colocado no Campeonato Italiano.
Outros jogadores que têm sofrido assédio são o zagueiro Douglas e o volante Dione. Os dois interessem ao Kaiserslautern, da Alemanha.
– Não tem nada de concreto até agora – disse o diretor das categorias de base do clube Sandro Zunino. O esquema é complexo.
O Leão faria uma parceria com os empresários, que utilizam um clube no Rio de Janeiro para treinar os atletas até os 18 anos, idade mínima para que um jogador seja negociado com o exterior. Em troca, receberia uma ajuda para construir campos de treinamento em Florianópolis e fica com um percentual de uma eventual venda.
– Claro que o Avaí fica com uma parcela em caso da venda de algum jogador – afirmou Sandro Zunino.
Negociar jogadores em ascenção para o exterior não é nenhuma novidade no Avaí. Aliás, desde 2000, quando negociou o meia Marquinhos, então com 18 anos, ao empresário Juan Figger, vender jovens promessas virou rotina no clube da Ressacada.
Marquinhos foi o pioneiro. Revelado nas categorias de base do clube (chegou a ter uma passagem pelo Figueirense), o jogador despontou no Campeonato Brasileiro da Série B, fazendo bons jogos com a camisa azurra. Então com 17 anos, chamou a atenção de grandes clubes e foi emprestado ao São Paulo para a disputa da Taça SP de Futebol Júnior.
Aí veio a proposta do empresário Juan Figger e Marquinhos foi parar no futebol alemão, no Bayer Leverkusen. Marquinhos teve pouca chance na Europa e voltou ao Brasil, contratado pelo Flamengo. Chegou a ser titular do rubro-negro carioca nas mãos do técnico Lula Pereira, mas naufragou junto com a instabilidade do clube da Gávea e negociou sua transferência para o Paraná.
Ali, encontrou o amadurecimento e vive status de estrela no clube paranaense. É um dos responsáveis pela boa campanha do clube no Campeonato Brasileiro. O caminho aberto por Marquinhos foi seguido por uma leva de jovens jogadores de uma renovada geração das categorias de base do clube. O time campeão estadual de juniores em 2001 lançou-se ao exterior.
O lateral-esquerdo Édno foi para o PSV, da Holanda. Jogou no time principal, chegou a ter convocações para a Seleção Brasileira de novos. O atacante Guilherme foi para os Estados Unidos. O volante André e o atacante Maiquel se transferiram para o União, da Ilha da Madeira e disputam a primeira divisão do Campeonato Português.
O último a sair foi o meia Leandro Farias, que chegou a ser aproveitado por Adilson Batista no time profissional e foi negociado com o FC Sheriff, da Moldávia. Isso sem falar na polêmica transação envolvendo o meia-atacante Fantick.
Ele saiu de Florianópolis vendido para o América, do México. Ficou uma temporada no clube mexicano, na maior parte do tempo como reserva, e retornou à Ressacada no segundo semestre deste ano.
Chegou para definir sua situação, foi reincorporado às pressas no elenco do Leão e disputou os últimos jogos da Série B do Campeonato Brasileiro. Ainda não sabe o que aconteceu: saiu como jogador negociado, voltou como atleta emprestado e tem futuro indefinido.
Em tempo: o presidente João Nilson Zunino se reuniu com membros da diretoria e do Conselho Deliberativo, no final da tarde desta quinta, em seu escritório, para definir o planejamento do Avaí para 2004. Um dos assuntos em pauta foi a definição do orçamento para a próxima temporada, uma das medidas mais urgentes na Ressacada. Só a partir daí, o Leão pode começar a montar o grupo que vai disputar o Campeonato Catarinense.
LUCIANO SMANIOTO/DIÁRIO CATARINENSEGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.